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Família recorre à Defensoria Pública e denuncia abuso de autoridade por policiais

23 de junho de 2016

Família recorre à Defensoria Pública e denuncia abuso de autoridade por policiais

 

Adultos, crianças e idosos foram submetidos à tortura e única mulher foi colocada em uma cela com homens

 

Foto ilustrativaUma família, que prefere não se identificar por medo de represália, procurou a Defensoria Pública do Estado de Sergipe na manhã de hoje, 23, para denunciar abuso de autoridade praticado por policias militares da Operação da Caatinga e da Polícia Civil na madrugada do último sábado, 18, no município de Nossa Senhora da Glória.

 

Segundo uma das vítimas dos policiais, sua residência foi invadida sob a alegação de que teria drogas e armas no local. No momento do fato, pai, mãe, dois filhos, genro e duas crianças de dois e três anos foram submetidos à torturas por duas horas, onde tiveram que ficar ajoelhados fora da casa.

 

“Eles chegaram quebrando tudo, agredindo meus filhos, genros e ainda ameaçaram chamar o Conselho Tutelar para tomar meus netos. Eles disseram que tinham em mãos um mandado de busca e apreensão, mas não mostraram. No momento do fato minha mulher, que tem um coágulo na cabeça, ficou desesperada com a atitude dos policias. Em seguida, fomos encaminhados à Delegacia e ficamos detidos, sendo liberados apenas por volta das 13h”, relatou E.C.

 

De acordo com a filha A.N., os policiais quebraram a porta e tudo que encontrou no interior da casa. “Bateram em mim, no meu esposo e no meu irmão e ainda ameaçaram tomar meus filhos através do Conselho Tutelar. Vasculharam tudo em busca de drogas, mas não encontraram nada, apenas um cigarro de maconha, mas mesmo assim levaram todos presos. Ficamos sob tortura psicológica e física das 4h às 6h apanhando e ajoelhados. Na Delegacia, me colocaram em uma cela, onde só tinham homens e propuseram um acordo com meu esposo para ele trocar a liberdade por informação do paradeiro dos indivíduos no prazo de 15 dias, e ainda o ameaçaram dizendo que senão informasse eles iriam voltar e prender todos”, denunciou.

 

Segundo a mulher, a família deixou sua residência e alugou um imóvel com medo dos policiais cumprirem o que prometeram.  “As ameaças continuaram. Eles disseram que iriam tocar fogo na casa com toda minha família dentro e, para não morrer, tivemos que deixar tudo em Glória, uma vez que eles foram lá por duas vezes na intenção de matar a gente. Eles continuam nos ameaçando com ligações pedindo para entregarmos os dois homens que eles procuram, mas não sei nem quem são eles”, se emociona.

 

A família foi atendida pelo subdefensor público geral, Raimundo Veiga, que de prontidão acionou o Núcleo de Flagrante Delito da Defensoria Pública para que as providências fossem adotadas. “A situação da família é delicada, uma vez que deixaram o lar sob ameaça de morte. Encaminhamos a família para ser orientada pelos defensores públicos criminais. As vítimas também ficaram de procurar o juiz e promotor da Comarca de Nossa senhora da Glória. Eles prestaram no início da semana um Boletim de Ocorrência na Corregedoria Geral  da Polícia Civil e tiveram na Promotoria de Justiça do Cidadão Especializada no Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público para que as providências fossem tomadas face a gravidade do fato”, disse Veiga.

 

Por Debóra Matos e Andrea Lima

Expresso Livre

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