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Mãe consegue tirar filho das drogas através da Defensoria Pública

17 de agosto de 2016

Mãe consegue tirar filho das drogas através da Defensoria Pública

 

Dependente químico usou drogas desde os 22 anos de idade e mãe vinha lutando para recuperar seu filho

 

Autor da ação, defensor público Saulo Lamartine

Autor da ação, defensor público Saulo Lamartine

A aposentada, Valdelice Alves Ferreira, recorreu à Defensoria Pública do Estado de Sergipe para conseguir internar seu filho de 33 anos, Ítalo Carlos Ferreira Santos, em uma clínica particular para tratamento de usuários de álcool e drogas.

 

Segundo Valdelice, seu filho era usuário desde os 22 anos de idade. “Ele começou usando maconha ainda muito jovem e passou a consumir outras drogas como cocaína e crack. Na época ele tinha passado em um concurso público federal e fazia faculdade, mas acabou perdendo tudo para o vício. Sempre me ameaçava para adquirir dinheiro, vendia objetos para manter o vício e ainda me prometia deixar de usar drogas, mas não conseguia. Diante de muito sofrimento e noites perdidas, decidi procurar ajuda na Defensoria Pública”, conta.

 

Sobre os motivos que  levaram Ítalo a usar drogas, Valdelice suspeita de problemas pessoais. “Na época estava me separando do seu pai, ele também terminou com a noiva a qual tinha relacionamento de muitos anos e creio que houve influência de amigos usuários de drogas”, acredita.

 

Diante da grave situação do dependente e da mãe, o defensor público e coordenador do Núcleo da Saúde, Saulo Lamartine, impetrou Ação de Obrigação de Fazer com Interdição Provisória e Internação Compulsória com Pleito de Tutela de Urgência contra o Estado de Sergipe, pleiteando interdição parcial e provisória de Ítalo Carlos, culminando com a nomeação de curador provisório na pessoa de sua genitora e internação involuntária/compulsória para tratamento em clínica especializada para dependentes químicos.

 

Na ação, que foi protocolada em 13 de abril deste ano, a juíza Áurea Corumba acatou todos os pedidos da Defensoria Pública, concedendo a Curatela Provisória à mãe do interditando, cujo resgate de Ítalo deve ser feito pelo Corpo de Bombeiros e internação compulsória no Grupo Recanto – Centro de Tratamento para Usuários de Drogas e Álcool, localizado no município de São Cristóvão, sendo responsabilidade do Estado de Sergipe todas as despesas sob pena de multa diária de R$ 100 até o valor máximo de R$ 30 mil, em respeito ao direito à Saúde e ao Princípio da dignidade humana garantidos na Constituição.

 

Segundo Saulo Lamartine, o assistido é dependente químico em estágio avançado e não aceita submeter-se a tratamento de desintoxicação. “Quando a internação não é aceita pelo enfermo, a situação passa pela capacidade da pessoa, de modo que é necessária a interdição provisória com pedido de internação psiquiátrica. Os familiares são atingidos de forma violenta pelos transtornos comportamentais do dependente que não reconhece a doença e não aceita submeter-se a qualquer tratamento, por isso, diante da inexistência de clínica conveniada com o Estado de Sergipe para tratamento do assistido e considerando o caráter integral do direito constitucional à saúde, a Defensoria ingressou com a ação a fim de ser decretada a interdição e cominação de internação do Ítalo”, disse.

 

O não cumprimento da decisão liminar por parte do Estado culminou no pedido de sequestro no valor de R$ 30 mil feito pela Defensoria Pública em favor do assistido, que foi deferido pela magistrada Maria de Fátima Ferreira Barros.

 

Ítalo finalmente foi internado e já apresenta excelente quadro de recuperação. “Ele tem tido uma recuperação excelente e o tratamento é sem igual, feito por profissionais devidamente capacitados e preparados. Hoje posso dizer que meu filho está curado graças ao defensor geral Dr. Jesus, ao Dr. Saulo e a juíza Áurea Corumba. A Defensoria Pública representa tudo para mim e para Ítalo, pois fomos premiados com esse presente de Deus, uma instituição que só encontrei coisas boas, pessoas de bem e humanas como os defensores públicos e funcionários que sempre me acolheram bem. Fico sem palavras para mensurar o quanto sou grata”, se emociona Valdelice.

 

Processo nº 201612500715

 

Por Débora Matos e Andrea Lima

Expresso Livre

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