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Defensoria Pública verifica situação das famílias retiradas dos imóveis do 17 de Março

4 de abril de 2013

Defensoria Pública verifica situação das famílias retiradas do imóveis do 17 de Março

 

Mais de 600 famílias, incluindo dezenas de crianças e idosos, improvisaram barracos por não ter para onde ir

 

Débora Matos (Fotos: Iran Souza)

 

Maria Domingas se emociona ao dizer que seu maior sonho é ter uma casa própria para abrigar os filhos

O defensor público do Núcleo de Bairros da Defensoria Pública do Estado de Sergipe, Alfredo Carlos Nikolaus, acompanhado da psicóloga, Jamile Teles e da assistente social do Centro Integrado de Atendimento Psicossocial (CIAPS), Manuela Silva, estiveram no local onde estão abrigadas as famílias que foram retiradas dos imóveis do Bairro 17 de Março por força de uma Liminar de Ação de Reintegração de Posse, movida pelo município de Aracaju.

O objetivo da visita decorre de um procedimento instaurado pelos Núcleos de Bairros e Direitos Humanos que visam verificar a situação de vulnerabilidade social a qual se encontra as famílias que não detêm de qualquer assistência do poder público municipal.  

 

O defensor público Alfredo Nikolaus explica a situação aos moradores

Segundo Alfredo Nikolaus, a Defensoria Pública está fazendo um levantamento social com o intuito de ingressar com medidas para amenizar o sofrimento dos ocupantes do terreno, que fica localizado em uma praça no bairro 17 de Março.  “São pessoas que estão ocupando um local sem nenhuma condição satisfatória no que diz respeito à saúde, saneamento básico, água e energia, circunstancias estas de extrema necessidade para o desenvolvimento do ser humano”, denunciou.

Ildete chora pedindo por ajuda

O sofrimento da dona de casa, Maria Domingas Gentil Santos, parece não ter fim.  Morando em um barraco improvisado de mais ou menos 1,5 metros quadrados com o marido, 3 filhos doentes com pneumonia – o caçula de 9 meses, o do meio de 4 anos e um de 6 anos – a jovem de 24 anos depende da solidariedade dos demais moradores. “Estou desempregada, não tenho para onde ir e tampouco condições para alimentar meus filhos. Me sinto abandonada pelo poder público, pois a ajuda que recebo é das outras pessoas que fazem um mutirão com três refeições diárias para alimentar aqueles que não têm o que comer. Acredito que a Defensoria pública vai resolver a nossa situação, pois estou com os filhos doentes e dependendo da ajuda dos outros”, relatou emocionada.

 

moradores vivem em situação desumana

A líder dos moradores, Cristiane Aparecida, informou que o local abriga mais de 600 famílias entre crianças, portadores de deficiência e idosos que não têm para onde ir. “Mais de 90% dessas pessoas não tem onde ficar ou deixar seus filhos e demais entes queridos. Todos aqui não recebem auxílio moradia, por isso eles esperam que a Defensoria Pública e a Prefeitura de Aracaju possam viabilizar um meio mais digno, pois as crianças se encontram vulneráveis a qualquer tipo de doença. Aqui tem pessoas que estão arriscando suas vidas lutando por um local para morar. Espero que o poder público se sensibilize, pelo menos, para conceder um auxílio moradia”, acredita.

Bastante emocionada, a manicure Ildete Gomes Brasil conclama por ajuda. “A situação aqui está difícil. Estamos no limite e todo mundo está cansado. Que as pessoas possam trazer água, comida, pois há muitas crianças e idosos que estão sofrendo com o descaso do poder público. Não temos um local para fazer as necessidades fisiológicas e tomar banho, pois já tem 10 dias que a prefeitura não dá uma resposta. Estamos abandonados”, se desespera.

Alfredo Nikolaus informou que a Defensoria Pública vai prestar assistência tanto na parte psicossocial quanto jurídica com pedido de concessão de auxílio moradia.

Expresso Livre

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