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Autônomo recorre à Defensoria para conseguir uma vaga na UTI para seu pai

Autônomo recorre à Defensoria para conseguir uma vaga na UTI para seu pai

 

Idoso de 69 anos encontra-se internado no Fernando Franco com quadro de saúde grave

 

Edmilson Nascimento: “Estou desesperado e não sei mais a quem recorrer. Confio na Defensoria Pública”.

O autônomo Edmilson Nascimento Conceição recorreu à Defensoria Pública do Estado na manhã desta terça-feira, 20, para conseguir a transferência do seu pai, Antonio da Conceição, para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

 

O aposentado Antonio da Conceição, 69 anos, encontra-se internado na Unidade de Saúde Desembargador Fernando Franco, localizada no Conjunto Augusto Franco, desde o dia 14 de janeiro com quadro grave de AVC, febre e secreção. De acordo com o relatório médico, o paciente necessita urgentemente de remoção para um hospital de maior porte devido à gravidade do seu estado de saúde.

 

Edmilson Nascimento foi atendido pela psicóloga do Centro Integrado de Atendimento Psicossocial (Ciaps), Syrlene Besouchet. “Fizemos todo o procedimento de triagem e o encaminhamos para o defensor público do Núcleo da Saúde ingressar com Ação Ordinária com Obrigação de Fazer em face do Estado de Sergipe”, disse a psicóloga.

 

 

Seu Antonio da Conceição aguarda vaga na UTI. Imagem cedida e autorizada pelo filho Edmilson Nascimento

De acordo com o coordenador do Núcleo da Saúde, Murilo de Souza, a situação do assistido é grave. “Vamos requerer a concessão da Liminar para que o Estado faça a transferência o mais breve possível do assistido. Se o Estado não cumprir a Liminar vamos adotar as providências cabíveis como o seqüestro do valor para que o senhor Antonio seja internado numa unidade privada”, antecipou o defensor público.

 

“A Liminar pode sair a qualquer momento e o Estado terá que cumprir em virtude da urgência”, completou Murilo Souza.

 

Indignado com a situação e por temer que seu pai não resista, Edmilson afirma que há negligência com o idoso. “A informação que tenho é que a prioridade da UTI é para pessoas mais novas. Isso é um desrespeito com o idoso, uma pessoa que sempre contribuiu a vida inteira e que no momento que mais precisa não pode contar. Tenho medo de meu pai morrer por negligência do Estado, assim como muitas pessoas que perderam suas vidas por falta de vaga na UTI”, se emociona.

 

“Tenho primeiro fé em Deus e em segundo acredito na Defensoria Pública. Fui bem acolhido aqui e não tenho o que reclamar”, destacou. 

 

Conforme orçamento apresentado à Defensoria Pública para ser anexado ao processo, o custo do internamento e todo tratamento do idoso em hospital particular varia entre R$ 600 a 700 mil. 

 

Secretaria de Estado da Saúde – Em nota, a Diretoria da Assistência Social à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, através do diretor de Comunicação da Fundação Hospitalar de Saúde José Castilho, informa que com relação à vaga para UTI do senhor Antonio da Conceição – que encontra-se na UPA da Zona Sul – foi notificada e verificada a possibilidade de vagas na UTI nas unidades geridas pela Fundação Hospitalar de Saúde/Secretaria de Estado da Saúde, encontrando vaga na UTI do município de Itabaiana e sendo disponibilizada para o mesmo no último sábado, 17.  

 

“A família recusou a transferência para a UTI do Hospital de Itabaiana informando que tinha interesse na UTI do Hospital de Aracaju. O perfil da patologia do paciente é para hospitais como Cirurgia e São José, ambos conveniados da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju. O Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) está extremamente lotado e não pode retirar um paciente que encontra-se na UTI para colocar outro”, cita a nota.

 

A Assessoria de Comunicação da Defensoria Pública entrou em contato com o senhor Edmilson Nascimento, filho do assistido, e o mesmo declarou que ninguém informou que teria vaga no Hospital de Itabaiana. “Mesmo que chegasse ao nosso conhecimento meu pai não poderia ser transferido para lá, tendo em vista que não há nenhum parente no município para prestar assistência e também pelas nossas condições financeiras, pois teríamos despesas com deslocamento e estadia. Além disso, se tivesse vaga os médicos não colocariam no Relatório que tinham tentado vaga, mas sem sucesso”, afirmou.

 

Por Débora Matos